martes, 30 de noviembre de 2010

II ENCONTRO MIRAGENS. OS NOVOS CRIADORES DE PORTUGAL E GALIZA

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No âmbito do Projecto “Espaço Juvenil” de Cooperação Transfronteiriça Norte de Portugal – Galiza, o Instituto Português da Juventude, IP e a Dirección Xeral de Xuventude e Voluntariado, promovem um Encontro de Jovens Criadores do Norte de Portugal – Galiza. Nos dias 3, 4 e 5 de Dezembro, a Pousada de Viana do Castelo vai assim acolher “MIRAGENS. Os Novos Criadores no Espaço Juvenil Norte de Portugal - Galiza”.

Este encontro pretende fomentar o espírito empreendedor e criador dos jovens, promover a cooperação no âmbito cultural e criar um espaço de debate entre a comunidade galaico - portuguesa. A iniciativa servirá também para apresentar obras artísticas de jovens criadores, que trabalham nas Artes Plásticas, Escultura, Fotografía, Vídeo e Performance.

O documentário Mulleres da Raia foi seleccionado para esta mostra jovem com um espaço privilegiado na sala de projecções da exposição, onde poderá ser visto e re-visto no decorrer dos três días deste encontro jovem, aberto a todos os públicos sem limite de idade ou curiosidade.

Passem e vejam aquilo que todos estamos a construir.

martes, 17 de agosto de 2010

MULLERES DA RAIA EN EL LOST THEATRE, EN LONDRES

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MULLERES DA RAIA EN LONDRES. NUEVA SELECCIÓN EN FILM DIRECTING FOR WOMEN.

Mulleres da Raia cruza de nuevo los límites de su frontera para su próxima exhibición en Londres. El documental ha sido seleccionado para la Competición Oficial del Film Directing For Women, que se celebrará el próximo mes de Septiembre en la capital británica. El festival de cortometrajes, con la selección de obras de los 5 continentes, será una ventana abierta al mundo, prestando especial atención a la cinematografía desarrollada por directoras de diferentes países. Durante cuatro días (del 9 al 12 de Septiembre), el Lost Theatre de Londres será punto de encuentro de productoras-es y directoras-es de diferentes nacionalidades, posibilitando el intercambio de las obras, el análisis de la producción desde la perpectiva global y el estudio de las posibilidades de actuación en conjunto.

La selección en Film Directing For Women, representa una nueva oportunidad para el acercamiento a nuevos públicos de un documental enfocado en la visión local, pero no limitado por tal circunstancia. Un nuevo paso hacia la afirmación de una manera propia de entender el documental.

miércoles, 7 de julio de 2010

A PROPÓSITO DA ANTE-ESTREIA NA CINEMATECA. POR FERNANDO MATEUS

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Numa primeira leitura do trajecto deste documentário, parece estranha a dificuldade de exibição entre nós de Mulleres da Raia, bastante mais divulgado na Galiza, onde as exibições se sucederam com bastante regularidade, do que no nosso país, cuja capital apenas recentemente teve oportunidade de o ver, numa sessão que decorreu na Casa da Achada.

Para além da muito mais fácil divulgação da ficção do que do documentário, este filme nasceu e vive no limbo que é a região luso-galaica, terra natal da realizadora Diana Gonçalves. Foi precisamente a sua experiência de vida o mecanismo inspirador dum fresco vivo sobre uma região definida pela vontade das gentes do Minho e da Galiza, muito para além das fronteiras geográficas e políticas.

De facto, há um rio a estabelecer os limites, (o mesmo de Entremês Famoso sobre a Pesca no Rio Minho, de Luís Galvão Teles) mas se hoje em dia é atravessado com toda a facilidade, abertas as fronteiras e sucedendo-se as pontes ao longo do rio, no período anterior a 25 de Abril de 1974, o Minho era franqueado com toda a facilidade mercê da experiência e do engenho dos contrabandistas e dos emigrantes clandestinos, muitas vezes com a complacência dos agentes da polícia fiscal dos dois lados da fronteira.

A realizadora escolheu para tema o universo fascinante do contrabando e, mais exactamente, das contrabandistas, mulheres galegas e portuguesas que passavam a fronteira nos dois sentidos e eram designadas por “trapicheiras”, por usarem a “mandrana”, uma peça de vestuário concebida para levarem a cabo as suas missões.

A emigração a salto, sobretudo com destino a França, é referida pelas mulheres durante as conversas registadas, tornando-se claro que toleravam os clandestinos e até os ajudavam, pessoas de passagem que lhes dificultavam a vida, embora muitas delas tivessem também parentes que viviam fora do país por razões de ordem política ou pelo simples desejo de não quererem combater nas colónias.

Com frequência, a vigilância da Guarda Fiscal portuguesa ou da Guardia Civil espanhola agravava-se, com instruções dos respectivos governos, em tentativas de travar vagas de jovens, sobretudo em idade militar, que não suportavam ficar no seu país e sujeitarem-se a uma guerra que ceifou tantas vidas e que não era minimamente deles.

As histórias que o grupo de mulheres protagonistas do filme conta, constituem com frequência temas para outros filmes que poderiam ser feitos e são deixados à imaginação do espectador: Diana Gonçalves assume-se uma realizadora de cinema documental e continua a militar firmemente nas fileiras deste género, tão mal-amado em Portugal quanto respeitado na Galiza.

Em Mulleres da Raia teve o cuidado de registar os testemunhos de “trapicheiras” dos dois lados da fronteira, ouvir os seus relatos umas vezes dramáticos, outros marcados pelo humor luso-galaico, e levantou o véu das desavenças e conflitos surgidos entre os dois povos, expressos nos relatos de algumas que se sentiram alvo de tratamento discriminatório pelos agentes da guarda fiscal.

O olhar lançado sobre esta época difícil em que a sobrevivência de muitas famílias dependia duma actividade ilegal atinge por diversas vezes ao longo dos 42 minutos de duração níveis difíceis de suportar, não só para os espectadores confrontados com o sofrimento das mulheres e das suas famílias, como também para as próprias protagonistas que chegam a situações limites, quando lhes é pedida a evocação de momentos especialmente complexos.

Sem nunca ceder à tentação de explorar situações em que a emoção perturba quem está no ecrã e, como é natural, quem está na plateia, a realizadora conseguiu montar as imagens de uma forma fluida que confere ao documentário um equilíbrio que fecha a porta a qualquer risco de cansaço. Para o espectador, o filme é um épico que prende a atenção, como se duma ficção se tratasse, na espera do que irá suceder a seguir, de como terminará a aventura das “trapicheiras”, as heroínas deste retrato duma região habitada por gente moldada em granito.

A utilização na narrativa de homens ligados a este mundo, um agente da guarda fiscal e um ferroviário, acentuam de forma clara o protagonismo das mulheres, numa história sobre elas e que as toca especialmente, como tem sido possível constatar em diversos pontos onde o filme foi exibido. Sem ser um filme minimamente feminista, Mulleres da Raia é uma reflexão profunda sobre as dificuldades de sobrevivência numa época, do ponto de vista dum grupo de mulheres que as sofreram duma forma muito especial.

É um documentário luminoso e bem humorado, atravessado pelo toque malandro das minhotas e das galegas, por várias vezes exibido pelas protagonistas e aproveitado muito bem pela realizadora, sem nunca cair no caricato, construindo um filme que esconde por detrás dum aparente realismo, uma cuidadosa selecção das “trapicheiras” escolhidas e da forma de recolher os seus testemunhos.

As dificuldades que se colocaram à realizadora quando preparou o seu filme, acabaram por a moldar e ao modo como conduziu as filmagens ao espírito da região e do drama que decidiu contar. Mesmo sem vocação para fugir às dificuldades, a fazê-lo de outra forma, faria muito provavelmente um filme falhado ou, no mínimo, algo completamente diferente de Mulleres da Raia.

Diana trabalhou atrás da câmara e foi auxiliada na captação de som por Miguel Barbosa, um colega que não só logrou obter uma clareza imprescindível à correcta percepção das vozes, também se encarregou da música original, outro dos factores que completam o documentário.

Se Mulleres da Raia começa com a viagem por uma estrada fronteiriça onde se torna difícil sintonizar uma estação e as línguas portuguesa e galega se sucedem, sublinhando uma divisão real entre os dois povos que nenhuma decisão governamental ou popular poderá resolver, termina com a longa caminhada solitária de uma “trapicheira” através de uma das pontes que liga as duas regiões, num passo lento e com uma expressão que encerra todo o drama de mil histórias, de que apenas uma mão cheia foi aflorada ao longo do filme.

Para trás e quase em cima do fecho, ficara a afirmação de uma mulher sublinhando que a vida se complicou com a adesão à União Europeia, responsável pelo fim dum modo de sobrevivência que alimentava a região e as suas gentes, o que por momentos parece uma ideia insólita. Mas é a conclusão natural, a remeter-nos para o facto de que qualquer facto individual ou colectivo tem sempre diversas leituras, exigindo uma profunda reflexão.

Foi precisamente isso que Diana Gonçalves fez com o documentário Mulleres da Raia e é isso que partilha com os espectadores que o têm visto.

Escrito por Fernando Mateus.

martes, 1 de junio de 2010

MULLERES DA RAIA EN BARCELONA

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No marco de colaboración establecido o pasado ano entre a Acadèmia del Cinema Català e a Academia Galega do Audiovisual, hoxe proxectarase ás 22.00h nos Cines Maldà (Plaça del Pi 5, Barcelona) o noso documental Mulleres da Raia.

O filme segue o seu curso fora da fronteira...

miércoles, 26 de mayo de 2010

MULLERES DA RAIA NO CINEMA DO CGAI

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O Centro Galego de Artes da Imaxe (CGAI) acolle nesta fin de semana, a proxección do documental "Mulleres da Raia" , a obra gañadora do premio ó mellor documental na VIII edición dos Premios Mestre Mateo, os galardóns que outorga anualmente a Academia Galega do Audiovisual.

Esta iniciativa enmárcase no ciclo de proxeccións das obras gañadoras dos PMM 09, un acordo acadado entre a Academia Galega do Audiovisual e o Centro Galego de Artes da Imaxe para promocionar e difundir as producións galegas do último ano.

O filme segue o seu curso na fronteira...

miércoles, 28 de abril de 2010

HOXE MULLERES DA RAIA E POSTERIOR DEBATE NA TVG AS 00:45

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Mulleres da Raia, o documental da fronteira vaise emitir hoxe na Televisión Galega no horario de madrugada. Despois do partido da Champions League e da comedia lixeira de Adam Sandler, veremos se os espectadores teñen fólego para o filme e posterior debate no programa Galicia Doc. É unha boa nova que a televisión pública aposte pólo xénero documental e aproveite o espacio de conversa que provoca o cinema de realidade, como instrumento de análise da construcción da nosa comunidade e diagnóstico da nosa actualidade. Pero de novo, limítase o acceso a este tipo de programas co horario marxinal asignado na grella de programación. O público que padece de insomnio ou o que no dia seguinte non se ergue cedo para traballar, como os 236.000 parados en Galicia, poderán ter certa predisposición para dixerir o discurso televisivo as 00:45h da madrugada, 23:45h para os espectadores do pais veciño. O tratamento dos programas culturais como productos residuais é contrario ó servicio público que a televisión de todos ten a obriga de cumprir. Unha constante na televisión pública cando ten unha responsabilidade cos cidadáns e un compromiso de calidade coa sociedade.

Lin unha vez do mestre do documental brasileiro, Eduardo Coutinho, que o documental foi, é , e sempre será marxinal. Eu non quero ter esa proxección de futuro para o xénero, pero o circuito pechado dos festivais, a presencia pouco relevante na TV, e as continuas limitacións impostas no proceso creativo pola propia industria, son fortes barreiras para o crecemento dunha nova xeración de documentalistas que ten serias dificultades para crear e sobretodo, para chegar ó público. Non construímos as historias para nós, as historias son para outros. Creo que o documental por sobradas razóns merece outra atención. Pero mesmo así, é un dia para celebrar, a cultura transfronteiriza de Galicia-Portugal e a nosa realidade en común terán representación na nosa tele.

Parabéns a Galicia Doc.

Hai esperanza.

sábado, 17 de abril de 2010

MULLERES DA RAIA RECIBE O PREMIO MESTRE MATEO AO MELLOR DOCUMENTAL DA ACADEMIA GALEGA DO AUDIOVISUAL

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Mulleres da Raia, finalista na VIII edición dos Premios Mestre Mateo da Academia Galega do Audiovisual na categoría de Documental. Esta comunicación chegou no mes da Primavera, na semana do meu aniversario que celebraba a miña maneira, filmando nun taller documental a segunda parte dun retrato que está en construcción. A boa nova marzal, inesperada, levoume aos meus primeiros pasos no documental, a intensidade daqueles dias nos que todo era incerto. Longas horas de autoformación e kilómetros sen conta. Un forte compromiso coa memoria e unha dedicación sen medidas. Paso a paso, de vagar, para que os xestos e as palabras xurdisen de dentro. Paseniño pero sen perdelo ritmo da constancia. Estas mulleres abrironme o camiño e os ollos ó mundo. Agora, non podo volver atrás.

Mulleres da Raia resultou gañadora do Premio Mestre Mateo ó mellor Documental 2009. A forza delas acompañoume naquela noite de recoñecemento. O premio é das Mulleres da Fronteira que construíron comigo esta historia de superviventes, como somos todos nos días de hoxe. É de todos aqueles que acreditan nun discurso cinematográfico que se articula sobre a realidade. É de todos os que me teñen amparado nesta travesía cinematográfica. Sigo remando para contar historias, con vós e para vós.

Gracias aos compañeiros da profesión polo seu recoñecemento.



domingo, 3 de enero de 2010

DESPEDIDA DO ANO

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Mulheres da Raia, uma lembrança de infância trasformada em imagem cinematográfica. Elas levaram-me a um processo de autoconhecimento e reconhecimento da comunidade galaico-portuguesa. Em 2010 segue a prolongação do sonho inicial de fazer documentário… DESEJO de mais ENCONTROS.

Algo recorrente no caminho do documentário tem sido o Reencontro. Gente Amiga, Companheiros de Faculdade, Novos amigos de Luta, Protagonistas do Documentário. Sem conhecer-se e todos sentados na mesma mesa para celebrar o encontro do cinema e da vida.

Entretanto, agarro-me ao desejo de novas criações e cedo ao impulso de misturar-me com outras realidades. Agradeço as amizades acidentais do destino e reconheço a realização pessoal que me reportou o meu romance com o género documental. Há muitos motivos que me levam a filmar, mas há um que se sobrepõe a qualquer circunstância: a necessidade de comunicar-me com o outro através do olhar.

A necessidade de compreender e retratar o que acontece à minha volta para encontrar as minhas respostas e dar sentido ao meu mundo. Cada realidade que toco, cada personagem que filmo, cada plano que manipulo, constituem um mosaico da verdade particular e modificam a estrutura da minha experiência vital. Um processo de comunicação em contínuo movimento no que a realidade surpreende a cada momento.

Ao final, foi a minha paixão pela realidade e pelo cotidiano que me levou a resgatar uma historia de mulheres ignoradas pelo tempo e a própria história.


BOM 2010 das Mulheres da Raia e Diana Gonçalves

FELIZ 2010 de Mulleres da Raia y Diana gonçalves

From me, and from Women from the Border, a HAPPY NEW YEAR!

CAMINHO DOS FESTIVAIS

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FIKE FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTA METRAGENS DE ÉVORA

Um fim de semana na bela cidade de Évora. O auditório da Universidade foi o palco de mais uma projecção do documentário da fronteira e do reencontro com amigos do filme. Apesar do frio, resistimos e assistimos a todas as sessões para nos alimentar de cinema. Duas curtas que trago na memória do Festival: DIME QUE YO Mateo Gil, (Espanha) e DANSE MACABRE, pedro Pires (Canadá).

14 FESTIVAL DE CINE INETRNACIONAL DE OURENSE

Primera visita al Festival de Cine de Ourense de la mano del documental. “Mulleres da Raia” fue seleccionado para la muestra no competitiva PANORAMA GALIZA, una mirada del festival a lo más destacado de la producción gallega de 2009. Un público atento en la sala con el que pude intercambiar impresiones y reflexionar sobre la construcción de la identidad galaico-portuguesa.

DOCUMENTÁRIO, MÚSICA E VINHO. OUTRA FORMA DE OLHAR E SENTIR

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EXPERIENCIA PILOTO EN LA VINOTECA

EXPERIMENTAÇÃO NA ENOTECA

Una noche de verano preparamos un maridaje de cine, música y vino en la VIÑOTECA GARCÍA de Tui, mi pueblo natal. Un espacio para los sentidos siempre renovado por el espíritu inconformista de Marina, que siempre tiene la puerta abierta a la experimentación.

La idea de mezclar estos mundos surgió de una conversación espontánea y banal en la barra de un bar. Intuitivamente ligamos estos dos mundos y la idea fue tomando forma. Nuestro propósito era conducir al espectador y preparar su entrada en el mundo del documental. La selección de cuatro vinos relacionados con el universo de la historia y el colchón musical de espacios sonoros de Juan Serodio iniciaron una noche de creación sin etiqueta. Unimos la cata a la película y a nuestra propia experiencia y convivencia en esos días de construcción previa.

Los tres partimos de algo en común que es la pasión por lo que hacemos. Siempre en continuo movimiento, en una búsqueda constante de algo para hacer, para contar, para probar...Estamos en continuo movimiento como la materia que trabajamos. El vino evoluciona, la música evoluciona y el diálogo con el otro evoluciona. Y al mismo tiempo nos transforma. Lo nuestro es un proceso de comunicación en continuo movimiento.

Trabajamos con lo abstracto (sensaciones, emociones) para estimular los sentidos del que está al otro lado (cliente, espectador, público en general). Y en esa necesidad de transmitir algo nos encontramos en el camino. Mundos aparentemente distantes pero con un nexo de unión. Música y cine tienen una relación más clara y con más tradición en el tiempo. Con el vino la relación no es tan obvia, tuve que mirar más rofundo para encontrar la conexión, que en realidad es simple y muy primaria. La esencia de nosotros mismos como seres humanos imprime nuestro trabajo de todos los días. Un trabajo, en buena parte invisible, para provocar alguna reacción/emoción en los otros.

Un mes de encuentros para comprender la dimensión de nuestros mundos creativos y cruzar nuestras miradas sobre lo real. Un diálogo rico en matices que merece ser explorado en futuras noches.

El entorno de la película altera las sensaciones. Me gusta jugar con el espacio.

MULLERES DA RAIA NA RUA

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NOITE DE ENCONTROS

NOCHE DE ENCUENTROS

Fue en el mes de Agosto que el proceso de la película se cerró. Volví al punto donde todo comenzó. La aduana de São Gregório , uno de los pasajes de frontera más antiguos de la región, se convirtió de nuevo en un escenario de cine. Era mi deber devolver la película a sus protagonistas y mi intención provocar el encuentro. Eso es documental, ENCUENTRO, dentro y fuera de la pantalla. Por eso, bajo el nombre de ENCUENTROS se proyectaron aquellos que surgieron de manera espontánea o provocada a raíz de la construcción del documental. Viejos compañeros de lucha de uno y otro lado de la historia que nunca se habían vuelto a reunir para poder olvidar esta historia relegada a la clandestinidad. Un material excluido que desde la distancia cobra más fuerza y se impone como parte viva de un documental que siempre será incompleto.

Ante la imposibilidad de retratar  con la cámara la totalidad de una realidad compleja y oscura, las mujeres de la raya, armadas con su memoria y emocionadas por su reconocimiento dieron luz y completaron un mosaico de memorias que se escondían entre los muros que las rodeaban. El silencio se rompió con la emoción desgarrada de quien calla por imposición. El tabú comenzó a desvendarse después de varias décadas de puertas cerradas a la memoria..  Aquella noche de Mulleres da Raia fue un desahogo del alma de las mujeres de la frontera y una aproximación más profunda a  nuestras raíces más delicadas. Y es que todo el mundo quiere ser escuhado, creo que no hay mayor impulso en el ser humano que la necesidad de ser escuchado y reconocido.

El documental provocó un estado de alteración en una comunidad dormida en el presente. Los ánimos se agitaron con la llegada del cine a la aldea y nadie quiso perderse la sesión, aunque fuese desde el balcón. Muchos de los presentes asistieron por primera vez a una película, incluídas las protagonistas que además se vieron proyectadas en la pantalla. Se rieron para enfrentarse al dolor pasado y guardaron silencio para escuchar su historia. Gente de todas las edades y condición en un mismo espacio para la reflexión que se prolongó hasta altas horas de la madrugada.

Un palco de cine improvisado que reunió a las poblaciones de las dos orillas del Minho y a los emigrantes que en estas fechas regresan a la tierra. Pero aquella, no fue solo una noche de memoria, sino de revindicación de un espacio para nuestra cultura. Después de batallar varios meses con el ayuntamiento, solo a través del presidente de la localidad, conseguí realizar la promesa que me había hecho al iniciar el documental, sin ningún apoyo institucional. Alguien recorrió 600 Km para inmortalizar esta noche de encuentros y los responsables de cultura situados a escasos Kilómetros no se movieron para oir a su gente que tiene hambre de cultura.

Es hora de cambiar esta situación.