MULLERES DA RAIA NO CINESUL 2009. O FILME CHEGOU AO RIO DE JANEIRO.

O DOCUMENTÁRIO E AS MINHAS ORIGENS

EL DOCUMENTAL Y MIS ORÍGENES

Mulleres da Raia es el inicio de un proceso de búsqueda de mi identidad que me ha llevado hasta otro continente. La reconstrucción de mi pasado me obligó a cruzar la frontera y sentir mis raíces brasileñas. Un viaje por muchas veces cancelado y el sueño materno suspendido porque aquel no era el momento. La historia cotidiana de las mujeres da la frontera se ha escuchado con fuerza en la ciudad carioca. Una historia local con identidad propia pero construída con un discurso universal. Precisamente en ese intento de romper barreras y tender un puente de diálogo entre diferentes culturas, el film ha ganado fuerza para seguir caminando.

Dos semanas en el Festival Cinesul que me sirvieron para tomar contacto con lo más actual del cine iberoamericano. La tendencia se confirma, el género documental está en auge, y además del discurso habitual sostenido en problemáticas sociales que se abordan frontalmente se vislumbra un conjunto de obras que van más allá. Existe la voluntad de experimentar, de explorar nuevos lenguajes, de ser libre detrás de la cámara y retratar la relación entre cineasta-personaje.

Uma viagem para tomar consciência sobre a minha realidade e reforçar as minhas intenções para a construção de um discurso fílmico que fala sobre a vida. Filmar para tentar entender o país, o povo, a história, a vida e a mim mesma, mas sempre fixada no microcosmo. Porque é na simplicidade das pequenas coisas e no quotidiano que a beleza se esconde. Porque é nos sentimentos e nas pequenas acções que se encontram as respostas para as grandes perguntas da nossa existência.

O prémio do festival que trouxe para terras galaico portuguesas foi um simples gesto. Uma mulher imigrante galega no Rio, depois da projecção, veio à minha beira e agradeceu pela sensibilidade dos momentos. Com a voz tremida, disse-me que na tela, tinha visto representadas a sua avó e a sua mãe.

Mulheres da Raia no Brasil foi o início de uma travessia de descoberta, um longo caminho no que os ventos vão soprar forte, e as velas vão ter que lutar contra muitas inclemências para seguir o rumo certo. Não é fácil aceitar quem somos.