viernes, 21 de agosto de 2009

MULHERES DA RAIA NA RUA

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PROYECCIONES AL AIRE LIBRE EN LA FRONTERA

PROJECÇÕES AO LUAR NA FRONTEIRA

“Mulleres da Raia na rua” era el nombre que había pensado para la proyección itinerante del documental por los pueblos de la frontera miñota. Proyecciones al aire libre y en la plaza pública con un significado construído. El cine en la calle adquiere otro sentido, además de facilitar la asistencia y participación de la población en un acto colectivo que trasciende lo puramente cinematográfico para dar lugar a un espacio de debate y reflexión. Mi empeño, tantas veces desatendido por las instituciones locales, con las que el dialogo llega a ser tortuoso,  tiene una razón de ser. La proyección del documental en las localidades de la frontera es un gesto de agradecimiento a la comunidad que me ayudó a construir el film. Es importante el recorrido por diversos festivales nacionales e internacionales, los prémios y reconocimientos obtenidos en el círculo cinematográfico, pero para mí también es importante que el trabajo tenga un retorno en sus orígenes. Solo así el círculo de la comunicación se completa y la película adquiere todo su significado.

Yo, que también pertenezco al mundo rural, siempre me he quejado de la falta de actividad cultural e iniciativas para sacar a sus habitantes de la tediosa rutina. Ahora, que tenía algo para compartir y que además, estaba ligado a la historia y memoria de la frontera miñota, decidí iniciar conversaciones con los diversos ayuntamientos de la raya, muchos de ellos sumidos en una profunda parálisis cultural. La respuesta intermitente, desigual y en la mayoría de los casos desganada por parte de las administraciones locales,  no impidió la proyección pública de la película pero no se llegó a todo el público que debería por la falta de VOLUNTAD. Un esfuerzo mínimo que en fiestas populares y gastronómicas no dudan en realizar. Si se anuncia la fiesta del alvarinho, Por qué no se anuncia la proyección de una película que además preserva la cultura de nuestra tierra? Una mezcla de ignorancia y falta de visión. El minho no es solo Alvarinho también lo son sus gentes.

As vinhas podem-se cultivar e regenerar ano após ano, mas a gente desaparece e leva com ela um pedaço da nossa história que nunca mais vamos poder recuperar. O nosso património imaterial está em perigo de extinção e a ninguém parece preocupar esta circunstancia. Precisamente o cinema é um instrumento para preservar a nossa memoria, a memoria presente de um passado que não se pode reconstruir mas que permite reflectir quem somos e questionar a nossa realidade. O documentário permite divulgar a nossa cultura não só no território nacional mas alem de fronteiras. O problema e que não acreditamos en nós. O problema e que os jovens empreendedores so encontram dificuldades e não têm espaço para dar visibilidade aos seus trabalhos que com muito esforço conseguem concluir. Nós que supostamente somos o futuro não temos voz.

Um trabalho rigoroso e profissional que com o factor da idade sinto desvalorizado. Uma história da terra por não esquecer as minhas origens que o factor da proximidade  sinto desvaloriza.  Eu fiz uma aposta forte, por mim ninguém fez. Mas apesar da falta de apoios, não desisti da minha ideia da projecção ao luar que foi e vai ser materializada nas fronteiras de Tui-Valença e Ponte Barxas-São Gregório. E por que tanta insistência da sessão ao ar livre? Porque Mulheres da Raia é uma clandestinidade que começa a ter luz, uma comunidade que começa a aceitar o seu passado e sobretudo um desabafo da alma das mulheres da fronteira que têm direito a expressar em público e em liberdade a luta durante muitos anos travada e injustamente “mal vista”.

Em Tui resultou um sucesso de público, a praça de San Fernando estava cheia para ver documentário, esse é um sonho realizado. Gente de todas as idades, assistindo a história da sua propia vida. Gente que foi embora com a alma mexida e o coração apertado. Gente que me deu um abraço e um simples obrigado carregado de emoção. O público aplaudiuse a si mesmo. É isto que me da força para a minha luta quotidiana.


miércoles, 5 de agosto de 2009

MULLERES DA RAIA, PREMIO CINEMA MINHOTO NO FILMINHO 2009

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PRÉMIO CINEMA MINHOTO, UM RECONHECIMENTO PARA O FILME COM SIGNIFICADO MUITO ESPECIAL
O Filminho 2009 despediu a sua segunda edição com uma Gala pouco convencional dando a conhecer os ganhadores. O júri formado por António Victorino de Medeiros e Almeida, Manuel González, Paulo Manuel Ferreira da Cunha, Antonio Caeiro e Patrick Esteves decidiu entregar a fisga do Grande Premio Minhoto a Mulleres da Raia. Para o tribunal "reforça de forma inequívoca o carácter, a identidade e a filosofia definidas para este festival: "Mulleres da Raia contribuiu de forma notável para resgatar do esquecimento a memória individual de uma realidade histórica eminentemente transfronteiriça e um património simultaneamente tão regional como universal”.
O Filminho-Festa do Cinema Galego e Português trouxe cinco dias de cinema às ribeiras do río que une os dois países numa mostra cultural de grande valor transfronteiriço. Foram um total de 49 filmes, 35 em competição de diferentes géneros cinematográficos: ficção, documentário e animação. Entre a cuidada selecção, o documentário Mulleres da Raia, que junto a obra Entremés famoso sobre da pesca do Rio Minho de Luis Galvão Teles , abriu a segunda edição deste festival celebrado en Cerveira e Goián com uma projecção no audotório ao ar livre.
Uma gala de Abertura do Filminho ao luar com emoções fortes numa aposta do festival em recuperar o património fílmico que continua esquecido, e que proporcionou momentos memoráveis desta edição. Galvão Teles recebeu a Fisga de Honra e o público acompanhou as estórias e aventuras de uma produção dos anos 70 que esteve silenciada durante 30 anos. A noite terminava com a apresentação de Mulheres da Raia, um desejo muitas vezes adiado pela falta de vontade da maioria dos concelhos fronteiriços. Uma projecção aberta a todo o público e ao ar livre para devolver o gesto de generosidade à comunidade fronteiriça que ajudou a construcção do filme. O diálogo com o público foi mais directo e o filme ganhou outra dimensão ao estar en contacto com o seu próprio entorno minhoto. A ribeira foi uma prolongação da tela para uma sessão de cinema inesquecível.
PREMIO COMPARTIDO
Los festivales son una plataforma necesaria para la producción independiente y sobretodo para el documental. Tenemos inmensas dificultades no solo para financiar nuestros proyectos como también para llegar al público. Por eso, decidí compartir el premio con mis compañeros documentalistas y aprovechar los pocos minutos de atención para defender el género de la realidad. Defiendo un discurso cinematográfico construído a partir de la realidad y la necesidad de recuperar la memoria colectiva. El pasado es un espejo en el que nos tenemos que ver para entender quienes somos como individuo y como comunidad. Y la elaboración presente del pasado irreconstituible es necesaria para la reflexión y aceptación de quienes somos. Creo en el poder de la palabra y en la fuerza de los gestos de lo cotidiano. Y lo que me irrita en ciertos libros de historia y sociología es que no aparece lo cotidiano de las personas. Por eso, através de la lente observo la vida de la gente corriente y doy espacio a la historia que no cabe en los libros de texto. Excavo en el microcosmos y en la singularidad de cada persona para construir una historia universal.
Pero a pesar de convicciones fuertes y razones de peso nuestro trabajo con una clara función social, se desarrolla en un sector muy débil, fuertemente subvencionado y condicionado por las ventas al ente público televisivo que no valora ni respeta el esfuerzo y sacrificio de tantos meses de trabajo invisible. La producción independiente subsiste a duras penas, con una autonomía y libertad creativa envidiada pero sin la estructura financiera suficiente que permita el equilibrio. Deberíamos ser más conscientes de esta realidad, apoyarnos entre nosotros y asociarnos para tener mayor representación y desempeñar con dignidad nuestra profesión de documentalistas.
A veces las historias reales son tan ricas que no hay ficción que las consiga superar.